RH como agente de mudança e transformação: os aprendizados e provocações da primeira Humanship Conference

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Mudança deu o tom. Adaptabilidade, o caminho. #Inclusão, a ferramenta. E coragem, a força motriz. Ainda não há respostas prontas para resolver todas as questões do momento de transformação e disrupção que vivemos. Mas se existe algo que a primeira Humanship Conference fez foi reunir no MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) mais de 250 lideranças de #RH para pensar juntas sobre como atravessar e transformar esse tempo de turbulência.

Com o tema “Conexões que transformam: construindo futuros para o trabalho”, o encontro trouxe provocações para novos modelos e formas de encarar o trabalho e, sobretudo, para amplificar a voz do RH como liderança estratégica. A Inteligência Artificial, é claro, pautou muitas das conversas.

Luiz Eduardo Drouet e Maine Màrttins, fundadores da Humanship, abriram o evento destacando a importância do debate conjunto para a construção dos futuros do trabalho que desejamos. “Criamos futuros melhores tomando as decisões certas hoje. Tecnologia caminha ao lado de Pessoas, Progresso existe com Equidade. O futuro é humano e colaborativo”, reforçou Drouet.

No palco, nomes como Alexandre Pellaes e Margaret Spence, keynote speaker do SXSW e ATD 2025, além de painéis ricos em reflexões com CEOs e CHROs de diferentes indústrias como IBM, CI&T, Adyen, QuintoAndar, Grupo OLX, Eureca. O encontro também trouxe cases de impacto vividos nas empresas Flash, TotalPass Brasil, Pipo Saúde e Share People Hub.

O evento também marcou o lançamento do Potenc.IA, programa de letramento e especialização em IA voltado exclusivamente para mulheres. Idealizado pela Prosper Digital Skills e liderado por Silmara Pereira dos Santos, o projeto tem como objetivo formar 10 mil mulheres em 6 meses, com apoio de empresas parceiras nesta ação de impacto, inclusão e transformação.

Letramento em IA, equidade e RH como Arquiteto do Possível

Com a letramento em IA no topo de prioridades para uma estratégia de gestão de mudança, Margaret Spence desafiou o público a pensar diferente e a colocar luz na possibilidade. Para ela, é imperativo focar na equidade em #IA e na democratização do aprendizado, principalmente entre mulheres e as novas gerações.

É preciso sair deste lugar de medo da tecnologia para o protagonismo e a inclusão, especialmente nos países do sul global, onde estão a população mais jovem do mundo, os verdadeiros representantes do futuro do trabalho. “Vocês são os arquitetos do que é possível”, afirmou. Por isso a importância de questionar como as coisas são e estão. Ela mesma propôs algumas perguntas-chave: Como a IA está reformulando as habilidades necessárias em nossa força de trabalho? Quem tem sido deixado de fora – por vieses nos processos ou falta de qualificação – e como garantimos a inclusão?  Quem está tomando as decisões relacionadas à IA?

Segundo Margaret, está nas mãos do RH desafiar os limites e enxergar o potencial para impulsionar e acelerar o desenvolvimento. Ações concretas para garantir que a IA seja ferramenta de equidade e não de exclusão.

Intencionalidade no trabalho e seu papel social

Alexandre Pellaes trouxe o papel do trabalho e seu impacto social relacional na vida das pessoas. Falar sobre trabalho é falar sobre identidade, a ponto de muitas vezes confundirmos caráter com carreira. O trabalho, reforçou Pellaes, “é uma relação de ser”. Por isso é tão importante a prática da intencionalidade.

Temos a capacidade de imaginar futuros e decidir como vamos interferir no mundo para criar o que imaginamos. “Precisamos pensar qual impacto queremos causar e qual queremos levar dessa interação no trabalho. O que eu preciso fazer para gerar e receber esse impacto? Eu mudo o mundo enquanto me desafio”, provocou.

Mudança de mindset, desaprender para aprender – as recomendações dos CEOs

Conduzido por Aline Wightman Freitas Esteves, partner people da MONASHEES, o painel com CEOs trouxe Tonny Martins, da IBM LATAM, Thais Fischberg, da Adyen, e Cesar Gon , da CI&T. A conversa teve como tema “Conectando as estratégias de negócio e de pessoas para o futuro do trabalho”. O momento de disrupção em curva exponencial pede mudanças – de mindset, de habilidades, de aprendizagem –, mas também traz oportunidades. É a chance de desaprender, abrir espaço para se reinventar como líder, pensar no que podemos e devemos deixar de lado para o novo entrar.

Novas experiências serão cada vez mais frequentes e cabe ao RH ser esse coach para as mudanças, focado em reskilling, upskilling, engajamento e saúde mental. É imperativo responder aos avanços, aliando a diversidade. É preciso se permitir errar com responsabilidade, alimentar a curiosidade e estimular, cada vez mais cedo, a capacidade de liderar por propósito.

Coragem – para conhecer as pessoas, para ouvir, para olhar para frente e para agir – o que dizem as CHROs

“O papel da alta liderança na gestão de pessoas no presente e no futuro do trabalho” foi o tema do painel mediado por Felipe Scotti Calbucci, CEO da Total Pass, com Christiane Berlinck, CHRO do Grupo OLX, Deborah Gouveia Abi-Saber, VP de RH do Quinto Andar, e Flávia Lisboa Porto , Conselheira UWB e Instituto Pactuá.

Capacidade de se adaptar, saber navegar na ambiguidade, cuidar da autogestão emocional e olhar para frente foram alguns dos inspiradores fios condutores desta conversa. O lugar solitário da liderança de RH também foi abordado. Uma saída: a troca, a experiência compartilhada com outras lideranças em relações que nutrem e contribuem nos desafios do dia a dia e até na essencial autoregulação emocional.

Pensar o futuro pede um olhar para frente e não mais replicar o olhar do retrovisor. É entrevistar perguntando sobre o que faria e não como lidou com algo no passado. É mapear a habilidade que a pessoa ainda nem tem. Cabe ao RH empoderar as pessoas para que transitem em novas e diferentes funções. Provocar o “e lá na frente?”.

Ter coragem para ouvir, para conhecer como pensam as pessoas, para olhar os “invisíveis”. Coragem e otimismo para levantar a mão, mudar o curso das coisas, entrar nas discussões de maneira estratégica, também saber quando não entrar. Usar os dados a favor, afinal, nem tudo tem que ser ou é subjetivo. E, sim, agir apesar do medo.

FOMA (Fear os Missing Anything) e RH como Agente de Transformação

Já ouvimos falar bastante sobre FOMO (Fear of Missing Out – o medo de perder o que está acontecendo), agora fala-se em FOMA (Fear of Missing Anything – o medo de perder qualquer coisa). Com ele também vem o medo e o risco de se afogar no turbilhão de informações disponíveis, como trouxe Jan Kishi Diniz, CEO de Eureca. “Não precisamos de mais um report de tendências. Sabemos o que está acontecendo e o RH é o principal agente desta transformação”, afirmou.

Com uma prévia do estudo Symbiotic AI em parceria com o MIT Sloan e Humanship, Jan Diniz, mostrou como o RH pode moldar estrategicamente os futuros do trabalho. E fará isso assumindo papel de arquiteto de sistemas de aprendizagem, guardião da co-performance Humano-IA, designer de culturas inclusivas por padrão e curador de sentido e de pertencimento.

Mais conexão, menos prompt

Num mundo de tanta informação, FOMA e resposta pronta com um prompt, é um ganho imenso sair com boas perguntas. Reflexões e respostas construídas em conjunto, com pensamento crítico humano, serão o farol na construção dos futuros do trabalho que desejamos.

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