Mudança deu o tom. Adaptabilidade, o caminho. #Inclusão, a ferramenta. E coragem, a força motriz. Ainda não há respostas prontas para resolver todas as questões do momento de transformação e disrupção que vivemos.
Nossos tempos pedem disrupção. Sabemos que, para acompanhar as transformações e pensar fora da caixa, muitas vezes é preciso sair da caixa. Foi pensando nisso que escolhemos o #HackTown 2025 para a primeira Humanship Trip. Levamos 50 lideranças ao maior festival de inovação e criatividade da América Latina.
O evento, realizado em Santa Rita do Sapucaí no primeiro final de semana de agosto, atraiu cerca de 30 mil pessoas para a cidade do sul de Minas Gerais. Foram mais de mil palestras e painéis, com assuntos que transitaram de inteligência artificial, tecnologias emergentes e futuro do trabalho à regeneração ambiental, espiritualidade e ancestralidade. Provocações para pensar e ir além. Inspirações para sair do óbvio.
“Abrir essa nova janela para os times de RH acompanharem assuntos que fogem da trilha comum permite uma expansão de visão de gestão, cruzando temas não óbvios”, afirma Danilo Lima, diretor de marca da Flash, uma das patrocinadoras da Humanship Trip.
Segundo ele, participar de eventos de inovação como o HackTown é importante para um RH que deseja ser mais estratégico, mais inovador e que queira causar um impacto maior nos colaboradores e na liderança.
“O trabalho vem passando por uma série de transformações e a gente precisa pensar mais nele. Não dá para fazer isso sozinho. Estar em fóruns multiculturais e multitemáticos é importante para que a gente olhe para o trabalho e agregue visões diferentes que façam essa transformação acontecer”, afirma Lima.
Eventos como o HackTown conectam o dia a dia com os futuros possíveis e desejáveis. Ao participar dessas discussões nos colocamos muito mais abertos às transformações e temos mais ferramentas e repertório não só para encará-las, como para participar de sua construção e cocriação.
“As lideranças de RH que estão aqui são muito mais conectadas com o futuro. Vêm para cá para buscar referência, para trocar ideias. Não vivem só num mundo fechado. É um RH que discute negócio, que discute comportamento, que discute marketing”, diz Leo Gonçalves, sócio da Grou, também patrocinadora da Humanship Trip.
Danilo Lima e Léo Gonçalves palestraram no evento, assim como outros membros da nossa comunidade. Ao todo, estivemos em 20 palcos, entre palestras e painéis. Com tantas conversas e trocas enriquecedoras, é sempre um desafio escolher o que assistir. Por isso, fizemos nossa curadoria da programação. Aqui, compartilhamos alguns dos destaques do que vimos por lá e os depoimentos de quem esteve no HackTown conosco.
No evento, onde tecnologia é um dos assuntos principais, era de se esperar que a inteligência artificial pautasse muitas das discussões. A opinião foi unânime: é um erro deixar a pauta de IA apenas para as áreas de tecnologia.
Neil Redding, futurista norte-americano e um dos principais palestrantes do HackTown, defendeu que o futuro próximo trará uma relação de simbiose entre a IA e os humanos, o que expande e desafia o papel do RH, como liderança dessa transformação. Redding participou de um café da manhã para o grupo da Humanship e falou conosco com exclusividade. Leia mais aqui.
O protagonismo do RH também foi destacado por Luiz Eduardo Drouet, cofundador da Humanship, em uma de suas palestras: “Precisamos pensar mais que a tecnologia em si e repensar a forma como a gente trabalha. Se o RH não assumir protagonismo agora, quando vai?”.
Davi Bufalo, da Oliver, defendeu que para impulsionar a verdadeira transformação, o RH deve ir além dos processos tradicionais e trilhar um caminho que direcione para a inovação e a cultura. “É preciso sair de uma visão de executor para uma visão de explorador.”
Relações humanas, negócios promissores, marcas impactantes, sejam elas do varejo, de serviços ou marca empregadora, são construídas a partir da conexão entre as pessoas.
Conectar por meio da emoção foi o caminho proposto por Caio Silva e Stephanie Locci Gomes Opice, da Flash, uma marca assumidamente e orgulhosamente emocionada. A emoção, segundo eles, pode e deve andar ao lado da tecnologia. É ela que faz uma marca transcender a tela e ser sentida e vivida como experiência de impacto.
Léo Gonçalves também destacou a importância da conexão, que, para ele, vem do senso de comunidade, do se sentir parte. E, dentro das organizações, a primeira comunidade é o time, numa relação diretamente ligada à cultura organizacional.
Essa também é uma das razões pelas quais as organizações precisam ter muita clareza sobre a cultura e devem se perguntar: “Qual a distância entre a cultura instalada e a cultura desejada?”. A provocação foi feita por Maine Màrttins.
Para ela, a cultura sempre será referência e o RH pode e deve fazer essa ponte. É a área de RH que vai criar conexão, clareza e visão de futuro ao ouvir, mapear, planejar e conectar. Mas “a gestão de pessoas é um papel de todos”. Segundo Maine, toda liderança, todo time e toda conversa moldam as organizações.
Momentos de disrupção também trazem oportunidades. É preciso saber navegar pelas mudanças. É preciso saber se adaptar: “Aprender, desaprender e reaprender”. A frase célebre do futurista Alvin Toffler foi citada na palestra de Carlos Benito Berretta, da Hyper Island.
Para ele, existem três leis para a adaptabilidade. Elas se baseiam na contribuição a partir do aprendizado contínuo, na colaboração e na experimentação.
Nós nos adaptamos ao aprender constantemente e atualizar nossas capacidades e competências. Sem a colaboração, não é possível seguir em frente. O mundo do trabalho é um bom exemplo disso: de nada adianta apenas uma pessoa se adaptar às demandas e às exigências do mercado se tudo e todos ao redor continuam iguais.
É ao experimentar e errar que aprendemos e nos adaptamos. “O sucesso é um jogo de volume”, afirmou Benito Berretta. Quanto mais dispostos a tentar, experimentar, errar, acertar e aprender mais ágil será nosso aprendizado e, portanto, mais adaptáveis seremos.
“O que mais me chamou a atenção é o fato de ser um evento sobre tecnologia, mas com uma perspectiva do sul global, que conecta mais com a nossa realidade, com os nossos desafios. Se a gente é da área do RH, e sabendo que o futuro vai ser tecnológico e digital, a gente precisa estar no centro dessa conversa, porque vai afetar, impactar diretamente as pessoas. O RH precisa estar muito imerso nessas conversas e nesses eventos que nos tiram, de certa forma, da zona de conforto.” – Cinthia Oliveira (Ela/Dela)
“Para mim o que mais agrega valor no HackTown é a comunidade. Como você constrói um senso de comunidade, como fomenta o networking, as conexões.
Você consegue encontrar pessoas que talvez você não encontraria no seu dia a dia, na sua rotina, na sua bolha. E eu acho que furar essa bolha é um ponto muito importante.” – Vicky Napolitano
“Boa parte dos eventos de RH que a gente tem hoje em dia são muito rotulados e acabam trazendo mais do mesmo. Aqui no HackTown somos expostos a temas e abordagens diferentes, onde encontramos de tudo. Então, como RH, acho que é super importante estar dentro de contextos como esse, para buscar insights e voltar com deveres de casa.” – Caio Abreu
“É muito interessante ver este movimento numa cidade inesperada, a questão econômica, interpessoal, relacional e de aprendizado. E, como RH, também é interessante ver que eu não estou só entre RHs, estou entre pessoas curiosas de todos os assuntos e quão complementares são os aprendizados. É bom lembrar que a gente precisa sair do nosso dia a dia pra conseguir abrir espaço para novas coisas. Sair da rotina e explodir um pouco a cabeça para depois voltar com um repertório novo.” – Marcela Ziliotto
“Hoje os processos estão absolutamente transformados. A nossa vida de recursos humanos, ela está se transformando exatamente por isso. Então, criatividade, tecnologia, inovação, se você não estiver acompanhando o que está acontecendo, você se desconecta do mundo. Se você se desconecta do mundo, você se desconecta das pessoas. Estar aqui é uma oportunidade de trocar sobre essas incertezas e essa dúvida de como é que as coisas vão funcionar.” – Danilo Dias
“Eu normalmente tento ser bastante intencional em relação a ampliar os meus horizontes. Sair do eixo Rio-São Paulo ajuda a tangibilizar e falar, ‘olha quanta coisa’. Por mais que eu busque conhecimento, busque estar inteirada, olha quanto conhecimento ainda tem. Estar aqui te conecta com outro lugar, com outras pessoas. Você fala ‘nossa, que riqueza’.” – Silmara Pereira dos Santos
“Estar aqui é um refresh, sabe? É oxigênio. A gente tem oportunidade de sair do dia a dia que é tão intenso e vir pra um lugar que tem gente jovem de espírito. Gente fazendo coisa nova, testando coisa diferente. A gente ouve e aprende sobre assuntos que muitas vezes sozinho nem saberia procurar. Então é muito, muito poderoso. E fora as trocas, né? A gente sempre conhece um conjunto de pessoas, vai conhecendo mais gente e isso enriquece demais a rede.” – Vanessa Togniolli
Mudança deu o tom. Adaptabilidade, o caminho. #Inclusão, a ferramenta. E coragem, a força motriz. Ainda não há respostas prontas para resolver todas as questões do momento de transformação e disrupção que vivemos.
A Humanship Conference 2025 foi mais do que um evento — foi um movimento.
Futurista Neil Redding fala à Humanship sobre IA e o RH do futuro: “Acredito que haverá outra letra no lugar do ‘H’, algo diferente, que virá depois do ‘R’”
“Matar um leão por dia é fácil. Difícil é desviar das antas.” Foi com essa máxima de cafezinho que Alexandre Pellaes arrancou risadas do público em sua participação na Humanship Conference.
Quais outras perguntas sobre Inteligência Artificial devemos nos fazer além de “será que a IA vai roubar nossos empregos”?
Josh Bersin, referência global em RH e futuro do trabalho, analisa como a IA está transformando a gestão nas empresas.
Não sei vocês, mas quando vejo um dado desses, começa a me dar uma coceira se eu não estiver fazendo algo com essa informação”, disse Luciana Carvalho, CHRO da Blip, durante o Humanship Talks.
O mais recente estudo global da Gartner, com 426 CHROs e 105 CEOs, revela que o RH está diante de uma inflexão histórica.