“Acredito que haverá outra letra no lugar do ‘H’, algo diferente, que virá depois do ‘R’”, diz futurista à Humanship

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Futurista Neil Redding fala à Humanship sobre IA e o RH do futuro: “Acredito que haverá outra letra no lugar do ‘H’, algo diferente, que virá depois do ‘R’”

A primeira #Humanship Trip não poderia ter um destino melhor: o #HackTown2025, o maior festival de inovação e criatividade da América Latina, que transforma a cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG) num polo de conexões e provocações. Nosso grupo, formado por 50 lideranças de RH, participou de trocas ricas e potentes, além de acompanhar a programação e também apresentar diferentes palestras e painéis.

Em breve contaremos mais sobre o que vivemos por lá. Antes, queremos destacar um dos pontos altos da viagem: a entrevista com o futurista norte-americano Neil Redding, que participou de um café da manhã exclusivo para Humanship.

Redding se define como near futurist – quem investiga futuros emergentes a curto prazo – e foi um dos destaques do HackTown, lotando o teatro principal. Após nosso café da manhã, o futurista conversou com Humanship sobre como enxerga as transformações da inteligência artificial no mundo do trabalho e o papel do #RH, que agora começa a pensar (ou deveria) sobre liderar colaboradores não humanos.

Sabemos que existe uma grande mudança em curso. É o momento de entender sobre as tarefas e os resultados que queremos produzir e de quais recursos humanos ou não precisamos para produzi-los. Além das possibilidades que a tecnologia pode trazer.

O futurista defende a importância de conectar o possível ao prático. Saber o que está emergindo como possível e que podemos colocar em uso agora. Segundo ele, muitas previsões sobre o futuro trazem insights empolgantes, mas que não se conectam com a realidade dos negócios. Para Redding, é justamente na intersecção entre o prático e o possível que a “magia acontece”, é ali que surgem as verdadeiras oportunidades de transformação e prosperidade.

O prático-possível para onde estamos caminhando é o quinto e último estágio da evolução da IA: o da simbiose entre os humanos e a tecnologia. Nesse estágio, a IA deixa de ser apenas uma ferramenta ou ameaça e passa a ser compreendida como uma nova espécie, com a qual precisamos aprender a coexistir, a colaborar, a cocriar e, claro, a trabalhar. Esta é, segundo ele, uma relação de benefício mútuo, em que ambas espécies, humana e IA, evoluem juntos.

Como defensor de uma realidade participativa, Redding acredita que essa nova relação precisa ser cocriada o quanto antes. Ele explica que seu trabalho com as organizações é fundamentado no modelo mental de participação e na narrativa da simbiose. E essa é a base para a evolução rápida evolução e a resiliência disruptiva.

Nesse contexto, a atuação do RH, que já era desafiador antes da IA, se expande. “Este é um momento enorme e empolgante. Existe um consenso, especialmente no mundo dos negócios, de que o RH é a área certa para liderar essa transformação. Não é algo que deva ficar restrito apenas às lideranças de tecnologia”, afirma Redding. Isso eleva a importância e a oportunidade da liderança de RH: “Absolutamente essencial à estratégia de negócios e à estratégia da empresa.”

Na essência, o papel do RH na organização do futuro não muda: observar os diferentes perfis de colaboradores e assegurar que todos possam contribuir de forma significativa, em cooperação. A grande mudança está em agora também cuidar dessa nova espécie com quem passaremos a dividir o ambiente de trabalho. Uma nova era de colaboração.

Por isso, o futurista também sugere uma possível transformação na sigla RH. “Acredito que haverá outra letra no lugar do ‘H’, algo diferente, que virá depois do ‘R’. É a primeira vez que penso sobre isso. Ainda não sei qual será essa letra. Mas algo que nos permita pensar sobre as múltiplas espécies. Talvez mais para ‘humanizado’ (no sentido de humane, que remete ao tratamento ético e respeitoso das espécies), do que humano”, reflete.

Ao longo de sua palestra lotada Redding discorreu sobre isso que imagina como prático-possível em simbiose com a tecnologia e encerrou a apresentação dizendo que com a IA descobrimos um novo tipo de fogo, o que nos impulsiona a cocriar uma nova realidade. E se participarmos de forma intencional, um futuro próspero e abundante nos espera.

Ao final da nossa conversa, ele foi além.

“O humano não precisa mais crescer, conseguir um emprego e permanecer nele por 40 anos apenas para cumprir as exigências da máquina corporativa. Em vez disso, a pergunta passa a ser: quem é você? Quem sou eu? De forma profunda. E como podemos expressar nosso propósito, desejo e energia de uma maneira que nos preencha mais. Acredito que, ao fazermos isso, também colheremos os melhores resultados nos negócios.”

Sim, uma grande mudança está em curso, mas para Redding, o futuro do trabalho será menos sobre pessoas agindo como máquinas e mais sobre o retorno àquilo que realmente nos torna humanos. Com senso de pertencimento, conexão e empatia. Porque é disso que vamos precisar.

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